Submission Number: 102
Submission ID: 102
Submission UUID: 02a819f8-30e2-4b79-a787-832c3712d3a5

Created: Fri, 08/23/2024 - 10:20
Completed: Fri, 08/23/2024 - 10:20
Changed: Fri, 08/23/2024 - 15:43

Remote IP address: 10.2.0.212
Submitted by: Anonymous
Language: Portuguese, Brazil

Is draft: No

Joana de Almeida Fernandes
No Livro “Capitães da Areia", de Jorge Amado, temos a descrição explícita de um estupro cometido pelo personagem “Pedro Bala”, um dos que tem maior destaque na trama. Na descrição desse episódio, portanto, parece haver uma relativização do crime de estupro devido ao comentário final desse narrador, que desconsidera o poder de escolha da vítima, ao demarcar que ela só poderia não querer ter uma relação sexual com o personagem por possivelmente apresentar uma falsa modéstia - no texto apresentado pelo termo “chiquê” -, e por ter a oportunidade de fazer isso com outro homem.
Corpo social
Sexo
“[...] Baixou a cabeça, mordeu a mão de Pedro que segurava seu seio. Pedro deu um grito, retirou a mão, ela se levantou e correu. Mas ele a pegou e agora seu desejo estava misturado com raiva.

– Vamos deixar de chove-não-molha e tentava derrubá-la.

– Deixa eu ir embora, desgraçado. Tu quer fazer minha desgraça, filho da mãe? Deixa eu ir embora, que não tenho nada com tu.

Pedro não respondia. Conhecia outras que faziam chiquê. Em geral porque tinham um amante a esperá-las. [...]” (AMADO, Jorge. Capitães da Areia. Rio de Janeiro: Record, 1993, p. 86.)
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